sábado, 29 de março de 2014

Meu pai


Hoje não é ontem. Sou diferente. Acordei com o sentimento de quem ia receber uma valiosa encomenda. Despertei e, de um salto, achei que estava atrasado. Logo, desci as escadas, fui ao quarto dos fundos, abri uma velha caixa, espirrei, e encontrei o que procurava: uma carta que meu pai me enviara quando morava muito distante. Eu tinha dezoito anos. Sua carta continha frases que nunca esqueci. Pensei: “um pai nunca abandona um filho, principalmente quando é sua esperança de ser melhor do que ele mesmo foi”. Escreveu-me encorajando-me a vencer, a nunca desistir, a jamais abandonar a honestidade, a ser sempre grato às pessoas, a querer o melhor, a não exigir dos outros o que não seja capaz de obter com os próprios esforços, a sempre lembrar de minha mãe e, com letras grandes, a ser uma pessoa de bem. Reli, chorei, e, naquele momento, decidi que superaria qualquer adversidade, partindo para o mundo vencendo a mim mesmo. Tudo estava dentro de mim e precisava da força de minha própria dignidade para me sentir comigo mesmo. Mesmo tendo falecido há muitos anos, meu pai está dentro de mim.

4 comentários:

  1. Os nossos pais costumam deixar marcas admiráveis para toda a vida. De vez em quando nos pegamos fazendo coisas que eles faziam! E como já dizia o poeta: Ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais...

    Abraço!
    Maria Angélica

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  2. Maravilhoso...
    Lembrei de meu pai...e de seus ensinamentos.
    Abraços Fraternos

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  3. .........Marcos querido irmao , somente hoje , apos ter lido sobre nossa MAE vi esta postagem sobe nosso PAI
    ..estou emocionada e somente sei dizer ...,tanta saudade , muita saudade ....

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