Justiça Divina

Paira acima dos tribunais humanos, dos credos religiosos e das filosofias moralistas, uma fonte de harmonia que rege todas as experiências dos Espíritos. Seus princípios se encontram nos matizes forjadores do amor, da paz e da compaixão. De forma pálida e imperfeita, encontramo-la nas normas das religiões, nos códigos de conduta social e nas diretrizes de comportamento coletivo. São princípios que, sem imposições ou punições, conduzem o Espírito imortal à excelência do equilíbrio e da mais nobre justiça. Tais princípios se encontram impressos nos sutis recônditos da alma, naquilo que os Espíritos Codificadores chamaram de Consciência. Aplicar a justiça em nome de Deus é desenvolver a mais alta capacidade de amar com alteridade. Essa justiça permeia todos os eventos do Universo, atuando de forma sutil, amorosa conduzindo o Espírito à construção de sua Designação Pessoal.

Onde andas?

O caminho do coração é por onde circulam as emoções e os sentimentos, no qual são armazenadas as experiências do amor. Nele, os amores são renovados e as esperanças são cultivadas a serviço da felicidade. Quando não se cuida de sua intimidade, tudo o que vagueia pelos escaninhos superficiais do intelecto dificulta a vida. Aprender a educar as energias que transitam em suas entranhas é garantia de crescimento espiritual. Negligenciar sua importância é andar à deriva, sem controle e sem norte. Toda a encarnação contém experiências emocionais que visam educar o ego para a vivência e construção da capacidade de amar. Aprender a amar e a distinguir-se do coletivo, sem dele se ausentar, são experiências inalienáveis. Andar pelos caminhos do coração é imprescindível para o alcance da Designação Pessoal.

Manifestação na Matéria

No principio só havia luz; predominava a dimensão do Espírito. O estágio era de possibilidade iminente de percepção de si mesmo. Tudo era favorável à eclosão de nova dimensão à serviço dessa percepção. Era necessária a criação de uma dimensão que tornasse possível a visão concreta de si mesmo. Uma janela deveria se abrir para permitir essa concretude. O ser em si, manifestar-se-ia em formas da natureza, num processo contínuo de busca da expressão que melhor apresentasse sua essência. A dimensão material é então criada por uma demanda evolutiva. O Princípio Diretor da Vida criou a dimensão da matéria para a necessária evolução do Espírito, na direção do conhecimento de si mesmo. Sem essa nova dimensão haveria estagnação. A matéria está a serviço do Espírito para sua autopercepção. Adiante, novas dimensões serão alcançadas para a continuidade do processo ininterrupto de desenvolvimento espiritual do ser. É maravilhosa a percepção desse processo, principalmente quando se é consciente de sua grandiosidade.

Alma de minha alma

Amor da minha vida!

Guarda-me em teu seio precioso e amigo;

Sinto-me a ti ligado como fonte alimentadora;

Tua generosa presença me permite criar e construir;

Sinto-te em tudo, sendo a tua lembrança estímulo e alento;

Sempre te encontro em meus pensamentos e sentimentos como sutil força impulsionadora de meus atos;

Vejo-te em cada experiência em que o amor acontece;

Dia a dia, cada vez mais, percebo-te em mim mesmo, na natureza e na leveza e fugacidade do tempo;

Venho, neste momento, oferecer-te o meu ser, a minha vida e o meu amor. Sou tua doce e misteriosa expressão.

O Eu e o Espírito

Na dimensão do Espírito, individualidade e essência divina, nada pode ser compreendido pelo eu ou ego. Tudo ali se dá de forma incompreensível à lógica temporal e espacial do ego. O que se dá naquela dimensão é puramente metafísico, não sendo objeto de compreensão precisa. As coisas ocorrem sem sustentação concreta. A ascensão do Espírito à dimensão material inaugura a possibilidade da consciência de si, mesmo que indiretamente, a partir de elementos simbólicos. O símbolo é a única via possível de compreensão da própria natureza do Espírito. O aparente mergulho do Espírito na dimensão da matéria densa é, na realidade, uma atualização da consciência de si, no seu processo de evolução. Trata-se do ápice de sua evolução, que o torna consciente e capaz de revelar-se. É um processo ascensional e ininterrupto. Há, portanto, uma outra percepção do significado da matéria para o Espírito. Antes encarada como inferior, da qual deve desapegar-se, pode ser vista como um ente que o permite perceber-se sob outro ângulo, com novos e diferentes propósitos. Na matéria, o Espirito atualiza-se na evolução infinita, adquirindo nova consciência de si.

Steven Paul

Poucos religiosos tiveram homenagens com tanta reverência como o empresário dos produtos i (Mac, Pod, Pad, Phone etc.) Steve Jobs teve por ocasião de sua desencarnação. Parece que, por detrás de sua criatividade, ele irradia uma aura de mago e visionário, encantando os que compram seus produtos. Sua imagem tem sido associada a qualidade, funcionalidade e alta tecnologia, indicando que ele conseguiu aliar o melhor da cibernética aos anseios humanos de conectividade e de bem estar com o sentimento de viver o próprio futuro. Talvez ele tenha sintonizado com o supra-arquetípico, conseguindo penetrar nos segredos do Universo, trazendo para os demais o que lhes permite atingir um estado de espírito próximo do sentido de felicidade. Como um Leonardo da Vinci, ele soube traduzir os anseios coletivos em pequenas e práticas ferramentas que tornam a vida humana mais agradável. Mesmo com o estigma da adoção, não se abateu nem se traumatizou, pois contribuiu para que o ser humano se aproximasse cada vez mais de si mesmo e de seu semelhante. Quando reencarnar, certamente trará novas e criativas invenções para o deleite humano. Até breve Steve.