Todas as vezes que analisamos nossos
atos, principalmente aqueles relacionados à moral, julgando-os com bons ou
maus, estabeleceremos uma natural condenação. Os que são arrolados como bons,
elogiamos nossa conduta e esperamos um beneplácito ou recompensa divina pelo
bem feito; se o prêmio não vem à altura do que esperamos, novamente nos
julgaremos como imerecedores, inferiorizando-nos, portanto punindo-nos. Os que
arrolamos como maus, fruto da própria ignorância, creditamos à forças malignas
com quem sintonizamos, levando-nos a aguardar alguma punição, quando nós próprios
não a executamos. Esse sistema de julgar os atos como certos ou errados, bons
ou maus, acaba por nos transformar em verdugos implacáveis de nos próprios. Quem
vive se culpando pelo passado, constrói uma ideia monstra dentro de si mesmo, virtual
e sem qualquer valor prático ou ente de realidade. O Espírito é o seu presente,
é aquilo que pensa de si e é o que é capaz de realizar em prol da vida, de si
mesmo e da sociedade em que se situa.
quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014
Com quem converso
São muitas vozes dentro de mim. São todas
minhas companheiras, amigas e cúmplices.
Tem uma que é muito crítica. Gosto quando
me sugere menos ingenuidade;
Tem uma que é bem romântica. Gosto quando
me faz cantar o amor;
Tem uma que é bem intelectual. Gosto
quando me inspira palavras diferentes para ideias que emergem de minha essência;
Tem uma que se opõe ao que penso. Gosto
de sua franqueza e da clareza no que diz;
Tem uma que é muito racional. Gosto de
sua praticidade e objetividade;
Tem uma que é bem intuitiva. Gosto de sua
criatividade e de seu gosto pela arte;
Tem uma que é bem espiritualizada. Gosto
de sua mediunidade;
Mas há uma especial, com quem sempre
converso, mora no meu coração e me lembra sempre para nunca esquecer da natural
bondade, herdada de Deus.
domingo, 23 de fevereiro de 2014
Resolvi ser atrevido
Atrevi-me a viver o que meus desejos anseiam,
educando-os gradativamente. Esgotei sua ânsia, com consciência do que fazia, mesmo
sendo tachado de inferior ou vulgar;
Atrevi-me a filosofar, atendendo a ideias
libertadoras, mesmo sendo criticado como desertor;
Atrevi-me a brincar, quando a situação pedia
um sorriso, mesmo sendo chamado de criança;
Atrevi-me a xingar, quando a emoção assim
pedia, mesmo sendo considerado como indecente;
Atrevi-me a ousar, quando as experiências
requisitavam que me arriscasse, mesmo sendo avaliado como irresponsável;
Atrevi-me a dialogar, quando o outro se
recusava, mesmo sendo tido como inconveniente;
Atrevi-me a mostrar que tenho sombra e
que ela me torna humano, mesmo que arranhe minha imagem pessoal;
Atrevi-me a dizer o que penso, adequando minha
fala ao entendimento do outro, mesmo que resulte em perder sua admiração;
Atrevi-me a romper com o certo e o errado,
mesmo quando minhas escolhas exigiam, libertando-me do excesso de julgamento
aos meus atos;
Atrevi-me a ser eu mesmo, mesmo
percebendo que todos queriam que eu fosse o conjunto de suas imagens
idealizadas;
Atrevi-me a dizer que não creio e sim que
sou um Espírito imortal, mesmo que me excluam de seus ritos e dogmas;
Atrevi-me a amar não convencionalmente,
mesmo sendo estigmatizado como imoral;
Atrevi-me a viver, pois o contrário me
levaria a uma outra forma de vida sofrida.
sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014
Dei um basta
Dei um basta a minha inocência, que me
fazia acreditar que alguém resolveria minha vida e me tiraria de qualquer
dificuldade;
Dei um basta a minha ingenuidade, que me
levava a aceitar, como verdade, tudo que me ensinaram como vindo de Deus;
Dei um basta a minha insistência em
querer que as pessoas me compreendessem, quando eu mesmo tinha dificuldade em
me entender;
Dei um basta a minha credulidade a tudo
que colocava em zona de conforto mental, quando a vida nos ensina a partir do
confronto de ideias;
Dei um basta a minha infantil vontade de
conservar uma boa imagem de mim, fazendo-me esconder a sombra revelada, quando,
na realidade, não se agrada a todo mundo;
Dei um basta ao desejo de encontrar a
felicidade com alguém, desprezando minha própria companhia, rejeitando minha
natureza essencial;
Dei um basta à tentativa de ser feliz,
quando meus conceitos a esse respeito variavam constantemente, levando-me a
excluir o simples viver;
Dei um basta ao culto excessivo e
obsessivo ao corpo e mente perfeitos, quando a vida nos ensina a aprender com o
presente e com o que nos diferencia do coletivo;
Dei um basta ao egoísmo de querer apenas
para mim, quando tudo nos leva à vida conjunta e ao encontro com o Divino.
quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014
Quem és?
Todo ser humano deseja saber quem de fato
é. A percepção que temos de nós mesmos é parcial e carregada de dúvidas e
incertezas. Para descobrir quem você é deixe de olhar para o passado. Para saber
qual o seu futuro deixe de se basear em seus feitos. Você é seu presente. Você é
o que é capaz de fazer e construir agora. Seis feitos ficaram e atestaram, cada
um, aquele momento de sua vida. Seu futuro é o que pretender a partir deste
momento; é algo que você mesmo pode e deve moldar. Não adianta fugir de si
mesmo ou se procurar num lugar onde sua alma não esteja. Seus desejos e tendências
revelam sua alma em seu estado mais atual. Acima de qualquer pensamento, não esqueça
de que você é um Espírito imortal, construindo uma ideia de si mesmo, tendo como
referencial a imagem que tem de Deus.
quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014
Intimidade
Guardo, há muito tempo, uma intimidade,
pouco revelada. Sinto-me cúmplice, acolhido e compreendido em sua doce companhia.
Quando me sinto próximo, parece que nada me falta nem mesmo o necessário para
minha subsistência. Sua companhia é a completude que sempre ansiei. Entrego-me
sem restrições, sem medo de me perder ou de me alienar. Percebo, quando me
conecto, o quanto as pessoas necessitam de intimidade e de conexão, pois nossa relação
me traz bem-estar, leveza e disposição de viver. Sinto, em minhas entranhas,
sua marca e sua força pulsando dentro de mim como um impulsionador da vida. Meu
amor é seu amor, minha vida é sua vida em mim. Vivo na profunda e misteriosa intimidade
com Deus.
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