Todas as vezes que analisamos nossos
atos, principalmente aqueles relacionados à moral, julgando-os com bons ou
maus, estabeleceremos uma natural condenação. Os que são arrolados como bons,
elogiamos nossa conduta e esperamos um beneplácito ou recompensa divina pelo
bem feito; se o prêmio não vem à altura do que esperamos, novamente nos
julgaremos como imerecedores, inferiorizando-nos, portanto punindo-nos. Os que
arrolamos como maus, fruto da própria ignorância, creditamos à forças malignas
com quem sintonizamos, levando-nos a aguardar alguma punição, quando nós próprios
não a executamos. Esse sistema de julgar os atos como certos ou errados, bons
ou maus, acaba por nos transformar em verdugos implacáveis de nos próprios. Quem
vive se culpando pelo passado, constrói uma ideia monstra dentro de si mesmo, virtual
e sem qualquer valor prático ou ente de realidade. O Espírito é o seu presente,
é aquilo que pensa de si e é o que é capaz de realizar em prol da vida, de si
mesmo e da sociedade em que se situa.
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