A alma humana tem conflitos, questionamentos e aspirações. Aceitar que a vida continua após a morte ou mesmo ter militância espírita, não são suficientes para resolver isso. É certo que a consciência da imortalidade da alma descortina novos horizontes e aquieta a mente, oferecendo as respostas aos grandes enigmas humanos, principalmente sobre suas origens; porém, aquela consciência não lhe resolve o dia-a-dia, principalmente todos os questionamentos e conflitos que dizem respeito aos seus sentimentos e aos seus relacionamentos. O problema humano não é apenas racional, mas, principalmente, emocional. O racionalismo, com seu subproduto, a lógica, domina o campo da consciência deixando pouquíssimo espaço para a vivência das emoções. A memória, atributo estrutural da mente, retém, quase que exclusivamente, o que foi vivido emocionalmente, isto é, aquilo que é carregado de afeto. Cuidar, educar e harmonizar a vida emocional é fator de desenvolvimento da personalidade, portanto, do espírito. Razão pela qual, os conhecimentos da Psicologia, sobretudo o que diz respeito à dinâmica psíquica devem ser estudados nos Centros Espíritas. C. G. Jung fez importantes considerações à respeito.
sexta-feira, 30 de abril de 2010
sábado, 24 de abril de 2010
Novos Horizontes
O Espiritismo é um conhecimento descortinador de novas possibilidades de compreensão da vida. Suas afirmações devem ser tomadas como ponto de partida para uma nova perspectiva do ego para a percepção da mente humana e do Universo com o qual contracena. Trata-se de uma chave, de um talismã, de um disparador da nova etapa da evolução do espírito. A integração de seu saber atualiza o espírito e o coloca em novo degrau de sua evolução. Quando não é apreendido, deixa o espírito com uma visão limitada de vida e do Universo. Dá-se como aquele que, mesmo sabendo que a Terra está submetida ao sistema heliocêntrico, vive considerando-a centro do Universo. Mais do que isso, a não aquisição da consciência de que se é um espírito imortal, condiciona-o a que se submeta a sofrimentos e contingências plenamente dispensáveis. O sofrimento, num certo sentido, é opção, cujos critérios de escolha dependem da aquisição de princípios espirituais que capacitam o espírito a uma compreensão maior a respeito da natureza de Deus. Mesmo que ninguém esteja livre de atravessar provas, no decorrer da evolução, todos estão livres para escolher as expiações que considere merecer.
sexta-feira, 16 de abril de 2010
A Chama Acesa
A grande exposição que o Espiritismo está tendo, graças ao médium Chico Xavier, promove uma maior responsabilidade para nós espíritas. De um lado, o dever de corresponder, na medida do possível, a sua forma amorosa de viver, característica do querido médium mineiro; do outro, continuar colocando o Espiritismo no velador, para que prossiga iluminando consciências, isto é, mantendo a chama acesa. Dissensões, querelas improdutivas e preferências que promovem exclusões devem dar lugar à autoconsciência de expressar sua própria compreensão a respeito do Espiritismo, assumindo-se as conseqüências pertinentes. Todo o Brasil espírita comemora o aniversário de natalício dele, o que denota a unanimidade na aprovação de sua obra e de sua pratica espírita. Isso não implica que devamos excluir outros que pugnam pela divulgação do Espiritismo, trazendo-nos obras de expressivo valor. Contestações, comparações e anátemas só dividem, aumentando o abismo naturalmente construído pelo nosso ainda primário nível de evolução. Cada espírito espírita, ao se deparar com o fenômeno Chico Xavier, pois ele mesmo era o grande pólo de atração espiritual, deve fazer sua parte, de sua forma, de seu jeito e com a sua natureza. Essa é a individuação: tornar-se o que se é, assumindo sua natureza essencial.
segunda-feira, 12 de abril de 2010
Saudade
Sinto saudades... De uma pessoa que não sei quem é, mas sei que ela existe, que também está conectada a mim e que, talvez, onde esteja, também anseia por encontrar-me. Sinto saudade de um lugar, em algum lugar, onde meu coração viveu plenas alegrias e gozou de imensa felicidade. Um lugar onde o bem prosperou e o amor fez sua morada. Sinto uma saudade imensa de passear livremente, sem tempo, sem pressa e sem obrigações para com o corpo. Mesmo me sentindo pertencente, daqui não sou, nem me limito a lugar algum. Mesmo prisioneiro do corpo, sei da possibilidade de romper com seus limites e de me lançar para além de mim mesmo, em comunhão com o que me criou. Minha saudade é minha certeza do além de mim e da consciência da eternidade em tudo. Sinto saudades... De uma luz que me guia e me oferece a suave e doce presença da divindade que a tudo permeia. Uma presença que se traduz em certeza, segurança e harmonia. Minha saudade é a companheira a me consolar nas perdas, pois me sinaliza a fugacidade do momento presente, projetando-me para o futuro e para o supra-arquetípico. Satisfazê-la totalmente é como perder o gosto bom da transcendência da vida.
domingo, 4 de abril de 2010
Ascensão
Olha à tua volta. Que vês? Um Universo de cores, de cheiros, de sons, de sabores e de uma grande multiplicidade de coisas. Mas, eis que, em dado momento, perceberás por vias transcendentes, que existe algo mais do que teus sentidos apontam. Verás pessoas, sentimentos e, principalmente, a vida, em tudo que te rodeia. Porém, um dia, sentirás que, além de tudo isso, existe um mundo novo, imponderável e, à primeira vista, inacessível. Tal realidade é seu mundo interior, isto é, tua essência. Quando o enxergares de fato, acordarás. Constatarás que o mundo externo é o sonho dos sentidos e o mundo interno, o grande campo de trabalho do Espírito. É nesse último que vive Deus. Teu olhar para esse novo e maravilhoso mundo interior deverá ser feito com as lentes da autodeterminação, da amorosidade e da autoconsciência divina. Muito embora o trabalho do Espírito, para chegar à plenitude, seja longo, árduo e persistente, tudo começará na atitude simples e humilde da caridade sincera e despretensiosa de um sorriso. O inexorável tempo, o suceder das horas e a interminável quantidade de dias, nada contêm nem bastam, se comparadas ao que se deve construir na intimidade do ser, em matéria de amor a ser manifestado nas experiências cotidianas, no instante de um segundo. O amor é a força propulsora do Universo.
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