Hoje não é ontem. Sou diferente. Acordei com
o sentimento de quem ia receber uma valiosa encomenda. Despertei e, de um
salto, achei que estava atrasado. Logo, desci as escadas, fui ao quarto dos
fundos, abri uma velha caixa, espirrei, e encontrei o que procurava: uma carta que
meu pai me enviara quando morava muito distante. Eu tinha dezoito anos. Sua carta
continha frases que nunca esqueci. Pensei: “um pai nunca abandona um filho,
principalmente quando é sua esperança de ser melhor do que ele mesmo foi”. Escreveu-me
encorajando-me a vencer, a nunca desistir, a jamais abandonar a honestidade, a
ser sempre grato às pessoas, a querer o melhor, a não exigir dos outros o que não
seja capaz de obter com os próprios esforços, a sempre lembrar de minha mãe e,
com letras grandes, a ser uma pessoa de bem. Reli, chorei, e, naquele momento,
decidi que superaria qualquer adversidade, partindo para o mundo vencendo a mim
mesmo. Tudo estava dentro de mim e precisava da força de minha própria dignidade
para me sentir comigo mesmo. Mesmo tendo falecido há muitos anos, meu pai está
dentro de mim.
sábado, 29 de março de 2014
sexta-feira, 28 de março de 2014
Amores que vão
Amar é prerrogativa dos que se arriscam
no viver, sem os limites da razão nem os medos dos fracos. É preciso ter grande
dose de coragem para se lançar ao inefável mundo dos sentimentos que promovem a
saída do eu da Consciência para a dimensão da subjetividade. Alguns amores
ficam, outros se vão, mas todos eles marcam a alma com a certeza de que algo
ultrapassou os limites do ego, conduzindo-o ao si mesmo. O amor que se foi é um
cartão de visita que se entrega ao outro para que nunca se esqueça dele. É o
amor que se libertou sem ter nunca se escravizado.
quinta-feira, 27 de março de 2014
Chega!
Chega de sofrer e de me lamentar sem
qualquer resposta que venha trazer soluções.
Chega de permanecer inerte à espera de salvação.
Chega de transferir responsabilidade para
os outros quando me cabe resolver minha vida.
Chega de querer ser o que não sou e de
viver na fantasia ou ilusões mágicas.
Chega de aspirar ideais dos outros e
desejar o que não é de minha essência.
Chega de seguir normas e regras que
atentam contra a felicidade pessoal e coletiva.
Chega de brigar com meu coração racionalizando
o que não é proveitoso.
Chega de dizer sim para agradar aos
outros e passar uma imagem sempre positiva.
Chega de pressa, contrariando meu próprio
ritmo e negando minha natureza.
Chega de querer o prazer a qualquer custo
sem dimensionar meus limites.
Chega de agressividade e de destilar mau
humor para os outros.
Chega de acreditar que sou incapaz ou que
não tenho mais jeito na vida.
Chega de me entregar a uma vida sem
sentido, a viver sem razões e sem metas.
Chega de querer que Deus resolva tudo
para mim.
Vou assumir definitivamente que sou um
Espírito imortal.
terça-feira, 25 de março de 2014
Meta do espírita
Todo espirita deve ter como meta adquirir
a consciência de que ele é um Espírito imortal. A proposta do Espiritismo,
mesmo que não explicitada formalmente, é levar o ser humano a essa condição, o
que promoverá transformações em sua vida. Isso implica em sair da crença de
conceitos filosóficos, da aceitação de ideias que são lógicas para uma vivência
real da condição de ser um Espírito. Geralmente a pregação espírita, reforçadamente
religiosa, tenta explicar o que é a vida espiritual, oferecendo elementos para
uma maior credibilidade, bem como levar uma proposta de transformação moral
para que se torne uma pessoa melhor. Quando a consciência de ser um Espírito
imortal está solidificada, as mudanças são mais estruturais, atingindo concepções
diversas, adequando seus propósitos de vida, redefinindo projetos de curto, médio
e longo prazo, estruturando um novo modo de contato com os desencarnados, oferecendo
uma real percepção de suas tendências consolidadas nas várias encarnações, exigindo
uma determinante atuação na sociedade, além de nova forma de lidar com a vida
amorosa e o conceito de amor. Ser espírita é mais do que ser adepto de uma religião,
é perseguir a integração da consciência de ser um Espírito imortal.
domingo, 23 de março de 2014
Sinto muito
Sinto na alma quando vejo que algo
provoca dor ou sofrimento em alguém. Quando percebo que a atitude inconsequente
de alguém vai lhe trazer dissabores futuros, sinto antecipada compaixão, lamentando
pela pessoa. Sinto muito quando vejo a injustiça prevalecer sobre o direito,
adiando o esclarecimento pessoal e coletivo. Sinto alegria quando o sorriso
surge na face de uma criança; gostaria de ser o motivo de sua felicidade. Meu coração
sente positivamente quando pessoas se confraternizam, irmãos se abraçam, adversários
se perdoam e amores se conectam. Sinto a participação de Deus nas simples demonstrações
de afetividade entre as pessoas; gestos de bondade me comovem e me fazem
desejar ser seu agente. Por isso resolvi, em todas as experiências de minha
vida, investir intensamente no sentir, pois a vida nos solicita conhecer,
atuar, mas sobretudo, exercitar o coração em tudo que nos aproxima de Deus.
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