Ganhei um presente

Eram dias próximos ao Natal e sempre ganho muitos presentes. Pensei: será que este ano ganharei algo diferente? Foi um simples e despretensioso pensamento. O Natal passou e os presentes que ganhei foram muito semelhantes aos do ano anterior. Nas festas de Ano Novo, vivi uma experiência inusitada. Uma pessoa profissionalmente próxima a mim procurou-me para reclamar de algo que supostamente disse a seu respeito e que não foi de seu agrado, prometendo representar-me perante  meus pares. Por mais que explicasse que nunca afirmaria semelhante adjetivo a seu respeito, mais ela me ameaçava. Os dias se passaram e, três semanas depois, fui procurado pela mesma pessoa, que me exigia retratação pública. Novamente expliquei que não caberia, pois nada afirmara a seu respeito, mas prometi pensar e lhe dar uma resposta. Naquela noite, meditando a respeito, entendi que aquele era o presente diferente que receberia: a oportunidade de perdoar, de conciliar e de acolher. No dia seguinte, procurei a pessoa para atender ao seu pedido, solicitando como, quando e onde gostaria que o fizesse. Na véspera do dia combinado, ela veio ao meu encontro, pedindo desculpas, desfazendo o mal entendido. Foi um grande presente.