segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Religião e Religiosidade

Nem sempre é possível ao ser humano alcançar a exigência que lhe faz o ideal de pessoa que constrói a cada encarnação. Geralmente projeta uma personalidade a ser alcançada muito além de sua própria capacidade de sustentar. Via de regra, para o delineamento dessa idealização de si mesmo, recebe a contribuição da religião, que, exigindo a pureza e perfeição do espírito, lhe põe em cheque mate em face do julgamento negativo que o enquadra. Por esse motivo, religião não é realizadora. A religiosidade sim, pois é a vivência do sagrado dentro dos limites do possível a cada pessoa. É o sentimento interno da origem divina de si mesmo, bem como de idêntica destinação. A tolerância religiosa é mais do que o respeito externo à opção e identificação de alguém com uma religião. É sobretudo a percepção da religiosidade interna do outro, expressa na religião escolhida. A religiosidade é um espectro de atitudes vinculadas ao propósito de construir uma sociedade produtiva, feliz e que se desenvolve na direção do amor, bem como na busca da compreensão do mistério da vida. A religião pessoal e a religiosidade da pessoa coincidem, pois atendem a conexão com o divino, no estágio de evolução em que se encontra o espírito. Nessa perspectiva de religiosidade, as possibilidades de crescimento espiritual ficam mais acessíveis, menos pesadas e assimiláveis por todos. A disseminação da religiosidade unifica a irmana todos os crentes de todos os credos e culturas.

domingo, 22 de novembro de 2009

Mais que Divulgar: Aprofundar

Divulgar os princípios do Espiritismo, constitui-se numas da formas de contribuir para sua expansão. Isso é feito pela grande maioria das instituições e dos espíritas espalhados pelo mundo. Providencia necessária e útil, porém, não única. Sem reflexões e aprofundamento, com interdisciplinaridade, corre-se o risco da constituição de dogmas cristalizadores. Tem sido assim com toda as religiões, com o intuito de esclarecer novos adeptos com antigas verdades, buscando a ampliação de seu quantitativo. Tais verdades necessitam de novas reflexões e atualizações. Num Universo agora visto como Quântico, não cabem fixações de conceitos. Congressos, estudos acadêmicos, debates transdisciplinares, grupos de discussão na internet, bem como meios particulares de reflexão sobre o Saber Espírita têm se tornado o grande veículo de aprofundamento daqueles princípios. Como disse Allan Kardec, em O Livro dos Médiuns, "O Espiritismo anda no ar". Ainda bem que o vento se movimenta e se refunde com outros ares.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Realizar-se

Realizar a essência de si mesmo é autodeterminar-se, tornando-se autor do próprio destino, senhor de sua existência, compartilhando-a. Essa realização contempla conhecer, trabalhar, cooperar e amar. Conhecer-se, isto é, compreender seus próprios processos psíquicos e como estabelecer com o universo uma relação criativa em favor da construção de algo novo e melhor para si e para todos. Trabalhar para construir uma sociedade de idênticas oportunidades a todos, integrando a si mesmo o que resulta das experiências vividas. Cooperar é auxiliar o outro para evoluir junto, como seu semelhante, rompendo a barreira do egoísmo. Amar para assimilar o plano de Deus em si mesmo. A consciência de que se é um espírito imortal é condição imprescindível para esse mister. Realizar-se é ser proprietário de si mesmo.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

O Novo

O novo atrai. Brilha como fogo, aos olhos mais perscrutadores. Fascina, obrigando à formação de uma idéia, mesmo que inicialmente incompreensível. O novo é o renascimento, é a alvorada depois de uma noite escura e tenebrosa, entregue aos monstros do inconsciente. Sua energia vence o cansaço de antigas idéias escravizantes e doentes. O novo é como a criança, que sempre trás algo diferente ao mundo, após seu nascimento. O ciclo compreendido entre o dormir e o acordar, imposto naturalmente à consciência, produz a sensação de que sempre haverá um amanhã, vivo, aberto e disponível à criatividade. Grandes idéias surgiram após períodos curtos ou longos de sono. Na madrugada, o inconsciente fervilha, oferecendo, posteriormente, à consciência, sua produção do novo. Nada retira a certeza interna que existe em cada Espírito, de que possui em si mesmo a capacidade de se renovar resilientemente.