Sexualidade

A sexualidade está no perispírito. Na essência do ser espiritual, isto é, no Espirito em si, não há qualquer definição, diferenciação ou desejo que se possa distinguir como de natureza dual. A diferenciação se encontra no períspirito, como tudo que diz respeito a possibilidade de ação na dimensão da matéria. A mente, ali localizada e constituída, possui as matrizes que se caracterizam como os arquétipos da ânima e de ânimus, responsáveis pelas contrapartes sexuais do corpo físico, a serviço do Espírito. A atividade sexual do corpo obedece desejos e formatações que se irradiam a partir das matrizes perispirituais. Trata-se de mera busca pelo conhecimento de si mesmo, projetada na atividade sexual corporal com outra pessoa. Deslocar o interesse do Espírito excessivamente para a atividade sexual, em detrimento de outras tendências tão importantes quanto, é desperdício de energia psíquica a ser utilizada em outros prezares. O desejo sexual nasce na intimidade do Espirito, como possibilidade de conexão consigo mesmo, sofrendo diferenciação nas camadas sutis do perispírito/mente, materializando-se ou não no corpo físico. Usar essa energia, sem culpa, de forma saudável, consciente de que se trata de desejo de conexão afetiva com o outro, a serviço do autoconhecimento é atividade salutar.

Outras Dimensões

A Física Quântica nos trouxe muitos conhecimentos a respeito do Universo, principalmente no que diz respeito ao microcosmo e as interações entre a consciência e as realidades que cria. Porém, também nos trouxe muitas dúvidas e inquietações. Algumas insolúveis, outra inimagináveis e aparentemente absurdas. Como responder, por exemplo, à questão da possibilidade da velocidade supraluminal? E o salto quântico, tornando “invisível” uma partícula? Mas, o que me chama mais a atenção é a afirmação da existência das onze dimensões. Por que onze? Como entender essa quantidade se já é difícil acrescentar a dimensão temporal como sendo a quarta? Talvez cheguemos a conceber outras dimensões à medida que evoluamos nas aquisições de paradigmas divinos, oriundos das experiências no tempo. O fato é que elas, as dimensões, existem, tanto cientificamente como também é possível, mesmo que para uma minoria, concebê-las psiquicamente. Uma das dimensões é conhecida como Dimensão Espiritual. Não se trata tão somente daquela concebida pelo Espiritismo, onde se situam as conhecidas Colônias Espirituais, mas numa realidade que as engloba, com características que não se enquadram na visão terrestre que temos do Universo. Entender o Universo como quântico significa atualizar o Espírito na apreensão de um novo paradigma, inimaginável sem seus postulados.

Soberania do Eu

Quando você se surpreende com o seu sucesso, creditando-o a forças superiores;

Quando você se entrega ao domínio da mágoa, submetendo-se ao pensamento revanchista;

Quando você elege como inimigo alguém ou alguma ideia contrária à sua, entregando-lhe o controle sobre sua mente;

Quando você abdica de sua palavra, renunciando à sua dignidade, escudando-se numa humildade incipiente;

Quando você, por influência da cultura, abdica de expor uma lágrima, alegando vergonha;

Certamente, nesses momentos, você esqueceu de sua humanidade, de sua autodeterminação e da soberania de seu Eu.

A Consciência e o Universo

O Universo é um cenário moldável pelo Espírito. Um campo fértil para que a consciência produza o melhor de si, a serviço de sua própria evolução. Ela, com sua autoridade outorgada pelo Divino, que marcou em seu íntimo sua eterna presença, pode nele inscrever seu próprio destino. A Consciência, não inserida nele, mas utilitária de suas possibilidades, grava no Universo, a cada instante, sua individualidade, sua história e seu poder delineador. Senhora da Vida e eterna detentora do momento presente, avançará para dimensões inimagináveis, sempre glorificando seu Criador. Sua relação com a fonte inesgotável de tudo é doce, misteriosa e de êxtase absoluto, finalidade do existir. O ego, senhor ainda incipiente da Consciência, caminha amadurecendo, passo a passo, na direção de algo surpreendente e maravilhoso, conhecido com o nome de Felicidade.

Deus se apresenta

Um momento simples, aparentemente despretensioso, pode ser o instante de algo grandioso que mudará as consciências. Uma manjedoura, um estábulo num lugar ermo, tornou-se o fulcro por onde a grande luz do ocidente resplandeceu. Qualquer um pode, de fato, se deparar com um momento único, especial e numinoso, no qual tudo poderá acontecer, mudando a própria historia de quem o vive. Nesse momento, restará vivê-lo com emoção, no encontro com o Divino. Quem pode dizer ou decifrar o enigma em que se depara o ser humano de, lenta e inexoravelmente, assumir o comando de si mesmo e da realidade que o cerca? Quem diria que a simples célula, constituída nas profundezas úmidas e escuras dos oceanos, um dia alcançaria a maturidade de elevar-se e impor-se? Tudo leva a crer que o Divino se ergue no humano, dando-lhe cidadania.

Honra

É uma honra ter vivido no mesmo século do médium Francisco Cândido Xavier, mesmo só tendo estado com ele uma única vez. Seu exemplo de humildade, de amor e de autodeterminação, foram-me fundamentais para uma proposta de vida séria, segura e autoconsciente. É uma honra fazer parte daqueles que já compreenderam a importância da ignorância para a busca do saber, bem como ter adquirido a consciência do poder de mudar a realidade e o próprio destino. É uma honra ter conhecido pessoas inigualáveis como meus pais, cuja saga de viverem juntos gerou dez filhos e inúmeras experiências de intenso aprendizado, tornando-me ávido pela convivência humana. É uma honra estar com certos amigos, cuja presença, sem a exigência de me recompensarem com seus sorrisos e palavras, contribuem para que aprenda sobre empatia, tolerância e compartilhamento da energia de viver. É uma honra, sempre renovada, sentir o Criador da Vida como uma experiência emocional, interna, intransferível, de poderosíssimo valor motivador, de intenso êxtase transcendente e de alta espiritualidade.