A fé é uma ideia ambivalente. Pode
aprisionar, como libertar. Apresentá-la raciocinada proporcionou viabilizá-la
num mundo moderno. Sem esse formato, ela tenderia a sucumbir, ante as
exigências da inteligência, que cada vez mais se amplia. Prefiro sentir ao
crer. Não se trata de um sentir como quem sente alegria, medo ou raiva; nem
tampouco se trata de um sentimento como quem tem saudade, ciúme ou mesmo amor;
o sentir a que me refiro se assemelha a uma vibração ou a uma sensação íntima e
profunda como a da certeza da própria existência. Assim ocorre como sinto Deus.
Não creio, não tenho fé nem me vejo como Sua imagem e semelhança, mas O sinto
do mesmo modo como tenho consciência de mim mesmo. Sinto-O sem precisar que me
provem, nem que atravesse qualquer tragédia para conscientizar-me de Seu poder.
Sinto-O como quem se encontra na posse de sua mais íntima essência. Sou Sua
criação, com a prerrogativa de poder amar a mim mesmo e ao meu semelhante sem
exigências de amá-LO da mesma forma.
sexta-feira, 27 de setembro de 2013
terça-feira, 24 de setembro de 2013
Psiquificação
Nos últimos anos pode-se observar que a expectativa de vida
das pessoas aumentou, com correspondente melhoria de sua qualidade. A infância
tem sido mais curta e a idade adulta prolongada. As experiências,
principalmente entre os trinta e os sessenta anos de idade, têm sido mais ricas
e envolvidas por contatos cada vez mais globais. Tudo leva a crer que o Criador
quer o prolongamento da vida no corpo físico, a fim de que se amplie a autoconsciência
do Espírito imortal. Por mais que se busque a espiritualidade, parece que ela é
para ser vivida principalmente na matéria, reservando-se ao Além a vivência de
processos pertinentes. Somos Espíritos imortais, cujo desenvolvimento se deu em
meio às experiências na dimensão material, desenvolvendo instintos que são
naturalmente psiquificados, para que alcancemos a Consciência Divina.
domingo, 22 de setembro de 2013
Críticas
Criticar é arte
necessária que proporciona renovação e energia geradora de ação. Quem a recebe,
sempre se encontrará diante da possibilidade de mudar, de aprender e de lidar
consigo mesmo. Quem a emite, reafirma seu próprio modo de ser, promovendo a
fixação de conteúdos inconscientes. Dar e receber críticas sempre levará à
reafirmação de conteúdos pertinentes a quem se interpõe no processo. A arte do
dar pressupõe autoconhecimento; a de receber, humildade. Geralmente é
considerada atitude negativa, porém, independentemente da intenção destrutiva
de seu emissor, quando bem compreendida, gerará reflexão e promoverá mudanças.
Tais consequências poderão reforçar o comportamento de seu alvo, imprimindo
mais determinação ou, por outro lado, alteração de estratégias ou de objetivos.
Qualquer paralisia diante da crítica implicará em perda de poderosa energia
para a ação. Temer a crítica, ou querê-la apenas construtiva, é melindre
desnecessário. Emiti-la destrutiva, sem o pedido por quem ela é dirigida,
requer autoconsciência, autoconfiança e grande dose de amorosidade.
sexta-feira, 20 de setembro de 2013
Duas vidas
Minha
vida em tua vida, duas vidas que se entrelaçam a serviço do amor. Sinto-te,
mesmo quando te encontras, como agora, em outra dimensão. Teu pulsar, em
sintonia com o Criador, reverbera e alcança as fibras mais internas de meu ser.
Certa vez, quando pensastes em nossos propósitos, recebi a vibração tão intensa
que logo iniciei o projeto. Sei que me alcanças o pensar e o sentir, portanto,
lança-te na direção do amor de Deus para que continuemos uníssonos.
sexta-feira, 13 de setembro de 2013
Mundo bom
Vivemos num mundo onde já é possível
enxergar grandes exemplos de solidariedade,
movimentando pessoas não só no auxílio ao outro em casos de catástrofes, como
também em locais onde a miséria ainda teima em se apresentar;
Vivemos num mundo onde já é possível
enxergar grandes exemplos de perdão,
aproximando indivíduos onde fronteiras foram erguidas separando irmãos e onde
as guerras ainda se mostram ativas;
Vivemos num mundo onde já é possível
enxergar grandes exemplos de amor,
mobilizando o ser humano à convivência e remodelando o conceito clássico de
família, derrubando barreiras erigidas pelos preconceitos;
Vivemos num mundo onde já é possível
enxergar grandes exemplos de inteligência,
beneficiando bilhões de seres na Terra, graças ao esforço humano na busca pelo
conhecimento e pela educação de qualidade;
Vivemos num mundo onde já é possível
enxergar grandes exemplos de religiosidade,
integrando pessoas de diferentes credos na compreensão do sentido e significado
da vida e da morte, reverenciando o mesmo Criador;
Vivemos num mundo onde já é possível
enxergar grandes exemplos de organização
e administração eficientes, reunindo cidadãos, em sociedades bem
estruturadas, onde o respeito ao ser humano e a qualidade de vida são plenamente
observados;
Vivemos num mundo onde já é possível
enxergar grandes exemplos de prosperidade,
promovendo o bem-estar de pessoas que se mobilizam pelas oportunidades de
trabalho digno que beneficia muitas famílias;
Vivemos num mundo onde já é possível
enxergar grandes exemplos de felicidade,
promovendo pessoas ao elevado patamar da alegria e do prazer de viver e
compartilhar com seu semelhante, gerando autoconfiança e permitindo o encontro
interno com o Criador da Vida.
Mesmos que estes exemplos não sejam a
regra nem se apliquem a todas as sociedades, pelo menos demonstram que alguns
seres humanos estão percebendo o significado em si mesmos do reino dos céus na Terra.
quarta-feira, 4 de setembro de 2013
Diversidade
Enxergamos a Terra como uma unidade, o que não deixa de ser lógico. Unidade em que há um conjunto de pessoas, uma única atmosfera, uma fisiologia única em todos os humanos etc.. Porém, é fato que há nela uma diversidade muito grande, e de maior abrangência, do que a unidade. Ao analisarmos, por exemplo, a variação da população mundial, afirmaremos com base em números, que há um aumento. Porém, esse aumento não se verifica em todas as localidades, existindo algumas em que há decréscimo. Certamente trataremos a unidade esquecendo a diversidade. Em alguns aspectos enxergamos o todo, o que deve prejudicar a visão real do que queremos entender. Olhar o detalhe parece, portanto, mais adequado do criar teorias coletivas. Políticas públicas sobre educação, saúde ou mobilidade urbana são necessárias, mas não se deve esquecer as características de cada cidade e de seus cidadãos, sob pena de criarmos "becos sem saídas", com soluções cada vez mais difíceis. O respeito à diversidade parece ser o caminho mais adequado, humano e lógico para qualquer via que se queira trilhar.
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