Fenômeno

Há muitos fenômenos na vida humana. Talvez o mais significativo seja a própria vida. Mas há uma classe de fenômenos que se torna significativa e importante para o ser humano. Trata-se do fenômeno mediúnico. Sempre ocorreram fenômenos provocados pelos espíritas, pois são eles a causa e neles está o sentido. Conhecer, estudar, envolver-se e exercitar o contato com os espíritos significa atualizar-se na evolução, galgando mais um degrau para alcançar a sabedoria. Baratear o fenômeno, simplesmente buscando provas ou distração, não permite a apreensão de seu significado profundo. Não se trata de ver para crer, mas de conhecer para saber. Todo ser humano tem a capacidade de ser médium, portanto, poderá testemunhar, em si mesmo, a imortalidade do Espírito.

Queria tanto

Que eu mesmo pudesse fazer mais por mim, pelo outro e pela sociedade;

Que minha visão de mundo fosse de tal forma que o influenciasse mais a ser melhor;

Que o mal que existe em mim não mais fosse projetado nos outros;

Que minha maneira de ser, com o melhor de mim, atingisse o coração do outro;

Que minha alma possuísse o dom da bondade, a fim de contaminar o meu próximo;

Que as palavras que pronuncio traduzissem melhor a essência amorosa de meu ser;

Que meu lado bom acolhesse meu lado mau e ofertasse a ternura da compaixão;

Que Deus me iluminasse para que minha sombra não manche o caminho dos que andam comigo;

Que meu amor nunca esquecesse do que alimenta nossas vidas;

Que o amor sempre fosse como farol permanente de minha razão.

Todos temos...

Ansiedade, mas nem todos agimos impulsivamente;

Depressão, mas nem todos adoecemos;

Medo, mas nem todos evitamos viver;

Agressividade, mas nem todos agredimos nosso próximo;

Inveja, mas nem todos queremos a destruição do outro;

Gula, mas nem todos agimos como se nada mais importasse;

Ciúmes, mas nem todos queremos a posse do outro;

Desejo de poder, mas nem todos o utilizamos para inferiorizar alguém;

Egoísmo, mas nem todos nos deixamos dominar;

Ignorância, mas nem todos ficamos inertes sem buscar o Saber;

Deus, mas nem todos o integramos ao próprio coração;

Amor, porém nem todos o sentimos, mas todos podemos doá-lo.

Minha companheira

Quando a conheci, era uma jovem que, timidamente, se aproximou. Queria apenas estar comigo, a fim de partilhar a existência. À medida que nos conhecíamos, mostrava-se mais forte e decidida. Sem que eu notasse, alertava-me para os riscos e perigos de minha jornada. Sempre o fazia nos momentos mais sérios e nas horas de decisões. Para que ninguém a notasse, apresentava-se discretamente. Só muito tempo depois, aprendi seu nome: Doutora Ignorância.

Mistérios da vida

Há muitos mistérios na vida. Sim, com certeza. Minha ignorância me diz. Quem pensa que sabe tudo ou que há algum conhecimento humano que explique tudo, está longe de penetrar o divino. Nem ciência, nem religião nem mesmo o ocultismo poderia explicar o que existe na dimensão espiritual. Um dia, entre o dormir e o acordar, me vi num lugar diferente. Havia muita vegetação que dava um ar de leveza e suavidade ao ambiente. Parecia um jardim. Do chão, brotava um aroma que parecia ter sabor de alguma fruta. Havia uma pequena árvore, de cerca de um metro e meio, na qual se via um animalzinho que me olhava com curiosidade. Como estava próximo, desejei tocá-lo, pois seu pelo parecia um tecido de veludo azulado claro. Num segundo, durante meu desejo, eis que ele se transformou numa página escrita com letras douradas. Li apenas a primeira frase: “Há um lugar onde se pode escutar a alma...”. Pensei que se tratava de um lugar no coração.

Gosto muito

Gosto de gostar. Bom quando sinto saudades. Sinto-me vibrando na energia de outra pessoa que gosto. Gosto de sorrir. Bom quando meu riso é de alegria promovida por outro sorriso. Gosto de doce, mas gosto mais de doçura. Bom quando vem com suavidade e perfume. Gosto de silêncio. Gosto também de barulho quando reflete a dinâmica da vida que não cessa. Gosto de crianças. Gosto muito do olhar da inocência e do desejo de aprender das pessoas. Gosto de espiritualidade. Gosto muito quando vem acompanhada de compaixão e sinceridade. Gosto de mães. Gosto muito quando se fazem divinas com seus filhos. Gosto de viajar. Gosto muito quando viajo para dentro de mim mesmo. Gosto muito de meus amigos. Eles me lembram o amor, o cuidar e o aconchego. Gosto de amar. Gosto muito porque me sinto humano. Gosto de Deus. Gosto muito porque me permite ser eu mesmo.