O ambiente do quarto hospitalar estava
pesado. Parecia que havia uma grande multidão em torno da cama. O doente,
adicto há pelo menos trinta e cinco anos, exalava fluidos desagradáveis.
Adormecido, não apresentava qualquer risco. Notei que estava amarrado ao leito.
A abstinência de cinco dias das drogas provocou-lhe agitação, agressividade,
risco para os demais internos e cuidadores. Aproximei-me do leito, enquanto ele
dormia, e, mentalmente, enderecei-lhe uma pergunta: “por que causar tanto
sofrimento a si mesmo?”. Como não obtive resposta, fiz uma oração para que
minha pergunta ecoasse dentro dele e lhe trouxesse alguma reflexão positiva.
Poucos segundos depois, “ouvi”, dentro de mim, a resposta que não esperava, em
forma de conselho, emitida por um amigo espiritual que me acompanhava na
visita. – “Ele não será capaz de registrar sua pergunta e, mesmo que o
escutasse, não elaboraria qualquer reflexão. Emita, pelo coração, o sentimento
de compaixão, pois este ele receberá e valerá por milhares de reflexões.”. Calei-me,
compreendendo o reduzido significado de palavras para aquele momento. Orei,
pedindo a Deus que o acolhesse e que me iluminasse a alma para vibrar na faixa
do amor.
O AMOR CURA.
ResponderExcluir"QUALQUER FORMA DE AMOR VALE A PENA"...
O doente, adicto é igual a uma mula, quando empaca, não tem que dê jeito.
ResponderExcluirMuita paz
Além do adicto, podemos levar esse ensinamento para o âmbito de todas as relações. Muitas vezes, lidamos com pessoas que cometem equívocos e não os percebem. Aconselhamos, porém as palavras não são registradas. As vezes concordam no primeiro momento, mas logo em seguida reincidem. Como seria bom se nossos conselhos e indagações fossem reflexionados. Quando não for possível ajudar com palavras, devemos emitir e nos satisfazer com nossas ondas de amor.
ResponderExcluirMuito bom esse texto
As vezes nao ajudamos com palavras.Basta um sorriso em um rosto sincero, para nos da uma segurança. Muita paz.
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