terça-feira, 15 de março de 2016

Vício íntimo

Há os vícios do corpo, os da mente e os do Espírito. Os do corpo são mais fáceis de eliminar, pois basta aumentar a capacidade de renúncia e negação dos próprios limites; os da mente são mais difíceis, pois atendem a condicionamentos e hábitos antigos, carecendo de ressignificação e percepção da sombra; os do Espírito precisam de uma boa dose de amor próprio e de consciência da imortalidade para serem eliminados.
Talvez o maior dos vícios do Espírito seja o hábito de pensar egoisticamente. Trata-se de uma percepção de que o principal e único alvo para o qual tudo deve convergir é o próprio eu. Quando o outro é merecedor de cuidado e atenção, o egoísta deseja, no fundo, usufruir de sua própria ação, mesmo quando benéfica e meritória.
Este vício aprisiona a pessoa em seu personagem pequeno e limitado pela carência de amor. Quando se dispuser a doar-se, oferecendo o melhor de si para o outro, vai se curar de seu vício. Só amando é que o ser humano encontra sua divindade interior.


Um comentário:

  1. É o vício do amor
    o que me atrai,
    mania de amar a mim
    como bem também a ti,
    me vendo gêmea alma
    de nosso pensar.

    Que formosura acordar
    aos dias,
    sorrir a esmo e sentir
    a vida bela em se construir,

    os nossos castelos,
    de nossas virtudes que
    se espalharam,
    por todos os ventos que te fazem belo.

    E naquele canto,
    como por encanto
    vejo a tua sombra,

    ela evapora ao sabor
    do olhar que se enevoa,
    na miragem feita
    pela minha mente
    como um vapor.

    Mas fica o amor.
    Ele permanece por
    nossas cidades e não esmorece.

    Deus nos favorece
    ao passar dos dias.

    Toca nossas mãos
    e estende o manto,
    marcando nossa vida
    sempre em união.

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