sexta-feira, 12 de março de 2010

Os mortos não voltam; só os vivos retornam

A morte do corpo sela o fim de um personagem, isto é, de uma pessoa que construiu uma história que não retornará jamais. O que ficará na memória do espírito somente será acessível randomicamente, sem os componentes das percepções dos outros. Aos poucos, com a repetição de experiências, reterá o que contribui para a construção de paradigmas balizadores da evolução. O que viveu, como viveu e o que ansiou que acontecesse não mais poderá ser revivido. Esse é o movimento da Vida. A cada momento, tudo passa a ser melhor, diferente e extraordinário ao espírito. A morte, a cada encarnação, é um fenômeno real, pois a natureza não se repete nem permite estagnação. O retorno do espírito a uma nova existência, num novo corpo, não lhe trará de volta o que viveu, nem os mesmos personagens, mas alguns dos espíritos com quem contracenou, porém investidos de uma nova personalidade. Tudo será sempre novo, mesmo que se experimentem os “deja vu”. Pensar na morte dessa forma, deve levar à compreensão de que tudo, absolutamente tudo, inclusive a idéia que se faz de Deus, é mutável e surpreendentemente maravilhosa.

5 comentários:

  1. È...a vida parece ser um enorme teatro, onde as cenas não se repetem, novos personagens contracenam, novas ideias, novas experiências e novos/velhos "daja vus". Belas postagens...Parabéns!

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  2. O Homem está em evolução, quer em a sua forma física, quer em a sua psique, quer em a sociedade onde está inserido. Vive um continum de mudança.

    É dentro desse triplo movimento que ele perceciona o mundo, que para ele está em evolução(também em movimento).

    Essa visão do mundo depende de 3 factores, em primeiro do conhecimento acumulado, em segundo do desenvolvimento da sua percepção e por último do mundo em si.

    A comparação com o teatro é ligeira e redutora. Viver é assumir uma responsabilidade universal perante a humanidade e Deus.
    Mas compreendi a mensagem, e este texto está ao mais alto nivel de aprendizado.Obrg

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  3. Amorim, concordo quando fala no continum de mudança. Mas às vezes tenho a impressão de que a morte, como um selar de existências, é fundamental para que o indivíduo não se sinta preso ao passado. Assim, o homem velho não precisa se arrastar junto do homem novo por séculos e séculos. Ele renasceu.

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  4. Clarissa, a semelhança do citado por Platão na: "Apologia de Sócrates", e que eu me revejo: " Só sei que nada sei".
    Mesmo aqueles que mais sabem, é nada comparado com a verdadeira dimensão da Vida e do Universo.

    Outra situação que pouco se fala, e que eu convido à reflexão:
    Em que plano se processa a verdadeira vida? Na 3ª ou 4ª Dimensão?
    Elas são, neste estágio, complementares, Se calhar o homem não morre para renascer, esta visão se for vista pelo outro lado (4ª Dimensão) poderá ter outro significado.

    Convido o irmão adenauer, que é quem mais sabe de nós, a esclarecer-nos um pouco sobre esta temática, se achar oportuno.

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  5. Amém ! Que assim seja ! É a vida, é bonita e é bonita !

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