quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Pensamentos 14

O motivo primeiro da atividade sexual é a obtenção do prazer. Como consequência deste instinto, quando há condições propícias, acontece a reprodução. Porém a Natureza encontrou um meio bastante eficiente para promover o surgimento da afetividade, consequência excepcional da atividade sexual. No desejo instintivo humano, encontra-se sua identidade sexual, que se manifesta como um gênero ou como um tipo pessoal de ser.


Extraído do livro O Bom da Vida. 

Um comentário:

  1. Como acontece ser em mim o que não sou, para buscar
    a identidade que me marca no que sou,
    a integrar minha imagem, consequência que me expõe
    diante de mim, como acontece em me ver,
    deixando os rumos se unirem pela força do saber.

    Buscar prazer, bem me parece aqui distante a meu ver,
    pois o frio de uma noite não me aquece pelo instinto,
    e põe em fuga de algum braço enlouquecido, pela terra sem razão
    na força obrigatória de um só ser, subjugando o outro ser,
    como disputa de uma guerra onde a vitória se coroa de ninguém.

    Foge de mim a sensação pelo prazer de uma carne necessária ao revestido,
    que põe em mim o desprazer, como rever no meu passado o mesmo traço
    a sangrar-me pelas lutas, pelas disputas sanguinárias medievais,
    tirando o homem pela posse, roubando a carne tremulante,
    que enlouquecida de agonia, profetizava pelos montes e pelos gritos
    sua vontade proclamada, abandonada na disputa, onde o forte acasalava o que queria.

    Não me parece longe, e vejo perto, bem de perto esse tempo,
    ele é pequeno ao meu olhar de entendimento e me arrepio ao lembrar,
    correndo louca, virulenta, a escapar do meu impune, que corria a dominar
    um lindo corpo ainda virgem, socorrido pelas matas escondido,
    que no alcance pelas garras cruciais,
    abandonava a razão e revestia em esquecimento a condição,
    buscando a terra fresca e linda a banhar-me na pureza e solidão.

    Uma emoção que afagasse o coração
    e transpusesse a louca vida de viver
    num grito de socorro ao meu Deus
    que conhecia, não de perto, mas dos ventos que traziam um recado,

    De que tudo mudaria e que nas vidas que viriam
    mudaria tudo e mais, no absurdo de um tudo, que de mim dependeria,
    como um pacto de amor, onde aquele que amasse

    Ressurgiria como o dono de um mundo
    que um dia, finalmente, veria longe no chamado
    a paz que pelos campos dobrariam

    E os acasalados que um dia,
    num dia, enfim,
    finalmente se amariam.

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