sábado, 30 de outubro de 2010

Mito e Psiquê

O mito é uma construção psíquica favorável à manutenção do equilíbrio da consciência. Sem ele, o ser humano estaria à mercê dos perigos de seu próprio inconsciente. Ele é forjado automaticamente para a manutenção da relação entre a consciência e o inconsciente. Os primeiros mitos que apareceram na consciência foram palavras ou expressões verbais, que depois foram transformadas em sinais. Posteriormente surgiram os mitos cosmogônicos e os que tentavam explicar o comportamento humano. Entre todos os mitos, os que representavam aspectos religiosos da psiquê humana são de fato os forjadores das religiões coletivas. Muitos ainda permanecem vivos, e outros foram dissolvidos pela compreensão adequada de seus significados. Mitos nascem e morrem cotidianamente. Suas raízes se encontram no mistério, na complexidade e nas profundezas do psiquismo humano. Alguns dogmas religiosos apontam diretamente para eles. São indecifráveis como o é a natureza de Deus.

sábado, 16 de outubro de 2010

Jornada

O ser humano é o mesmo espírito que vem, há milênios, buscando se encontrar. Seu olhar ainda não é completo. Seu instrumento para isso, o ego, ainda não está totalmente maduro. Muitos fatores interferem em sua percepção. Ele ainda não aprendeu que não precisa ver tudo, mas apenas o essencial. Deve entender que, para conhecer as coisas, é preciso dar a volta sobre si mesmo, olhando para seu próprio mundo interior. Não percebe, em sua momentânea cegueira, que Deus se escondeu em seu inconsciente. Acumula muita coisa no seu egoísmo e orgulho em excesso. Chegará um tempo em que estará pronto para encontrar e perceber a divindade. Um dia, quando liberto de seus próprios medos e preconceitos, tecidos pela ignorância em relação ao divino e a si mesmo, alcançará a liberdade de pensar uma Religião Pessoal. O caminho será longo, mas extremamente valioso para si mesmo. Quando então iniciar seu processo de vivência da Religião Pessoal, sofrerá reveses por conta das próprias armadilhas que criou, medroso de se perder nos labirintos complexos de sua psiquê religiosa. E os reveses acontecerão por conta, principalmente, do desejo infantil de salvar-se de algo que idealizou como sendo uma tragédia. Inconscientemente acredita que um grande perigo o ameaça e que o levará a ser banido eternamente. Teme o que ele próprio construiu. Sua mente ainda está estruturada na dialética bem x mal. Teme o abandono divino, qual criança apegada à mãe, temendo perder-se dela.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Eleições

Realmente o dia de votar é uma grande festa. Festa da Democracia e da oportunidade de fazer escolhas, mesmo que sejam no escuro. Vota-se, mas não se sabe do desempenho futuro dos candidatos escolhidos. Promessas, expectativas e competição são a tônica de todo o período que antecede o pleito. Tudo em nome da condução política do país. Mesmo que ocorram abusos, irregularidades e injustiças, as eleições acabam por nivelar o povo. O voto do mais rico tem o mesmo peso do voto do mais pobre. A igualdade é incontestável. Isto representa o direito de escolha e de manifestação da liberdade. Espiritualmente vê-se o livre-arbítrio e a consciência de que participa-se do destino coletivo. Ainda não temos um sistema que escolha os governantes e administradores da coisa pública que coloque os melhores e mais capazes de dirigir a sociedade em favor de todos. Isso ocorrerá na medida em que cada cidadão pense e queira o melhor para todos. Em última análise, quando o egoísmo ceder lugar para o amor. O amor é a força propulsora do Universo e sentimento mais profundo que há na alma humana.