sábado, 27 de março de 2010

A luz de Chico

Quando um espírito de luz passa pela Terra, isto é, resolve reencarnar, atrai para si, por força da mensagem que é portador, os olhares de todos que estejam sintonizados com o amor. Assim se deu com o fenômeno Chico Xavier, cuja vida dedicada ao próximo, à popularização do Espiritismo e ao mandato mediúnico, deu-lhe notoriedade, em que pese sua conhecida humildade. Livros, amigos, Centros Espíritas, Obras Assistenciais e, agora, filmes, surgiram pela força de seu exemplo, de sua seriedade e comprometimento com uma causa. Disciplinado, sério (sem ser sisudo), carinhoso, eram traços marcantes de sua personalidade. Depois de Allan Kardec, e à sua semelhança, foi o farol do Espiritismo, permitindo que espíritos falassem, escrevessem e se manifestassem para a disseminação da realidade espiritual. Cem anos se passaram desde seu nascimento, quase oito anos depois de sua desencarnação, estréiam vários filmes baseados em obras por ele psicografadas e documentários sobre sua grandiosa vida. Sem dúvida alguma, sua mediunidade, aliada ao seu sentimento de solidariedade a todos que o procuravam, e, tendo como base o Evangelho de Jesus, formaram a tríade de sua vida vitoriosa. Ave Chico! Os que se beneficiaram com sua passagem pela Terra, te saúdam e te agradecem pela sua luz, para sempre.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Evangelismo

Percebo o quão de transcendência está contido nas parábolas de Jesus. Recebi, de um grande e espiritualizado amigo, em dois volumes, comentários de Yogananda, distribuídos em 1642 páginas, sobre as parábolas de Jesus. O título dos livros é "The Second Coming of Christ (A segunda vinda de Jesus) e "The Resurrection of the Christ Within You" (A ressurreição do Cristo dentro de você). Um trabalho robusto e que merece ser entendido como um tributo ao Evangelho. De fato, ali, nas parábolas de Jesus, está algo extraordinário e profundo, a ser melhor estudado pelos ocidentais e orientais. Não creio que também não haja profundidade e transcendência em outros escritos (Torá, Alcorão, Livro dos Mórmons etc.). Os sinais que revelam a essência do Criador não têm proprietários. Aqueles trabalhos vindos de um yogue de incontestável espiritualidade demonstram a magnitude dos ensinamentos do Evangelho. Porém, tamanha luminosidade pode cegar os mais desavisados. Essa claridade, quando em contato com mentes frágeis, promove um processo de conversão e de alienação do ego, que assume, por identificação com o Self, uma postura de poder, inflado no complexo de deus. O excesso, em qualquer atitude consciente, requer um adicional de energia para ser liberado ou expurgado. E isso precisa ser bem assimilado para evitar-se alienação, fanatismo ou fundamentalismo. Quando Allan Kardec escreveu o livro que continha explicações das parábolas de Cristo, deu-lhe o nome de "Imitação do Evangelho". Sob orientação permanente dos Espíritos, alterou, prudentemente, para “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, construindo a obra para explicar, à luz do Espiritismo, aquelas luzes. Assim deveria ser. Porém, parece, por força da intensidade daquelas luzes, que está havendo uma inversão. Toma-se a parte pelo todo. O evangelismo parece querer se sobrepor ao Espiritismo.

domingo, 14 de março de 2010

Estigmas e identidade do espírito

A identificação do(s) estigma(s) de uma pessoa proporciona uma aproximação do ego com o Si-mesmo. Em termos espirituais, isto significa uma maior possibilidade da aquisição da consciência de que se é um espírito e de qual é a sua singularidade. Quando me refiro a estigma, não quero considerá-la como a palavra ficou marcada, isto é, como a marca a ferro imposta ao escravo, ou como uma chaga, portanto, uma característica negativa, explícita, punitiva ou educativa; mas como uma contingência sob a qual o indivíduo é situado momentaneamente ou durante sua vida, independentemente de sua vontade consciente. Sua identificação como um estigma requer a percepção de totalidade sobre a vida da pessoa em questão, que englobe o inconsciente, a consciência e o meio social, configurando-se uma gestalt. Sua identificação não implica que seja aceita pela pessoa ou que represente algo relevante para ela. É apenas um enquadre terapêutico oportuno à percepção do inconsciente e como ocorre a relação com a consciência. A identificação do estigma oferece uma pista, uma luz, um caminho para o entendimento do mistério da identidade do próprio indivíduo, do espírito em si.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Os mortos não voltam; só os vivos retornam

A morte do corpo sela o fim de um personagem, isto é, de uma pessoa que construiu uma história que não retornará jamais. O que ficará na memória do espírito somente será acessível randomicamente, sem os componentes das percepções dos outros. Aos poucos, com a repetição de experiências, reterá o que contribui para a construção de paradigmas balizadores da evolução. O que viveu, como viveu e o que ansiou que acontecesse não mais poderá ser revivido. Esse é o movimento da Vida. A cada momento, tudo passa a ser melhor, diferente e extraordinário ao espírito. A morte, a cada encarnação, é um fenômeno real, pois a natureza não se repete nem permite estagnação. O retorno do espírito a uma nova existência, num novo corpo, não lhe trará de volta o que viveu, nem os mesmos personagens, mas alguns dos espíritos com quem contracenou, porém investidos de uma nova personalidade. Tudo será sempre novo, mesmo que se experimentem os “deja vu”. Pensar na morte dessa forma, deve levar à compreensão de que tudo, absolutamente tudo, inclusive a idéia que se faz de Deus, é mutável e surpreendentemente maravilhosa.

domingo, 7 de março de 2010

Expansão

Não se pode conter o avanço ou expansão da própria consciência. Há no íntimo de cada Psiquê uma marca divina que a impulsiona a ir além de seus próprios limites, na direção de algo muito mais complexo e inimaginável. Aquela imprescindível marca, quando recebe a contribuição da autodeterminação consciente do ego, leva o próprio espírito a um estágio mais elevado de percepção do universo. Para essa contribuição ocorrer é necessário: renúncia a qualquer tipo de reconhecimento externo, percepção da designação pessoal, autoconsciência da própria imortalidade, além de se tornar proprietário de si mesmo. São requisitos importantes e que devem se constituir em desafio ao espírito para que alcance as finalidades últimas da Criação. Adianta muito pouco conhecer as coisas, ter grande quantidade de informações, ter uma inteligência invulgar, se não se envolver com a própria vida, se, obstinadamente, não se sacrificar para alcançar o objetivo da autotransformação. Expandir a consciência é não se contentar com uma evolução rasteira, dentro dos limites estreitos das concepções materialistas de viver, ou enclausurada nos dogmas religiosos.

terça-feira, 2 de março de 2010

Amar

Sou um espírito livre. Quero amar as pessoas. Quero viver sem os limites impostos pelas minhas imperfeições. Quero sentir o amor, ao menos uma vez, proporcionando-me a dimensão e a importância da vontade permanente de possuí-lo. Quero amar, primeiro uma pessoa, depois, simplesmente, amar. Quero observar pela janela e sentir meu olhar correr, como numa veia corre o sangue que avança à frente, em busca do amor. Quero viver sem fronteiras, conectando-me à terra, dissolvendo-me no oceano, correndo com os ares e aquecendo como fogo, pois, como espírito imortal, sou mais do que penso e do que realizo, sempre querendo sentir o amor. Como o amor, sou a força propulsora do Universo, razão de sua existência e sentido maior da Criação. Sou a essência da vida, princípio ativo e permanente de todas as coisas, elemento conectivo dos corpos e das formas, que lhe dá razão e significado. Quero sentir o amor, sem mesmo entender suas razões e conseqüências. Quero preencher e envolver meu raciocínio, meu intelecto e minhas idéias pela onda penetrante do amor para que a vida aconteça.