quarta-feira, 29 de junho de 2011

O Ego-identidade

É a representação do Espírito. Alternativa única de autopercepção. Fator evolutivo do Espírito, sem o qual não é possível a percepção de si. Instrumento de qualificação do Espírito, sem o que não se legitima na realidade em que postula sua existência. As ideias de evolução espiritual e de transcendência que incluem a eliminação do ego, não levam em consideração a excelência de sua criação como função precípua de manifestação do Espírito. Negar-lhe o direito à existência, atentando contra sua fundamental importância, é agredir o mundo e sua essencialidade. O ego é o senhor do destino, da vida e da evolução. Por mais que se afirme que a vida verdadeira é a do Espírito, o que de fato é vero, o ego é seu máximo produto, sua máxima identidade, na dimensão da matéria e na do próprio Espírito, pois com ele estabelece as necessárias relações interpessoais. O ego é o aqui e agora do Espírito, no corpo físico ou fora dele. Enquanto estiver condicionado a um perispírito, o ego lhe será porta-voz imprescindível. Desapegar-se não é eliminar o ego, mas colocá-lo em sintonia constante com o Si-mesmo.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Autodeterminação do Espírito

Autotransformação é caminhar para a autodeterminação. O processo cristão de evangelização não é um fim em si mesmo. Evangelizar-se é buscar a propriedade de si mesmo, sem medos e sem atalhos desviantes, visando a autodeterminação do Espírito. É não se sentir excluído do comando do próprio destino. Autodeterminação é o ego em consonância com a consciência divina. É ter sob sua responsabilidade as escolhas da vida, sem culpas, pressões ou angústias, sabendo que, qualquer das opções será oportuna e que contém sempre novas possibilidades de crescimento. Reforma íntima é a proposta para a consciência situar o ego na autodeterminação, pois esta liberta o Espírito de amarras opressivas. Uma pessoa autodeterminada perdoa ante a agressão; age com justiça porque sabe alcançar seu direito; compreende o bem e o mal como inerentes a todo ato humano; quando, porventura, realiza o mal, sem dolo, não lhe pesa a consciência. Jesus, o maior exemplo de autodeterminação, mostrou, pelo amor, o caminho do “Reino dos Céus” de cada um.

domingo, 26 de junho de 2011

Boxe, luta livre, vale tudo e assemelhados

Prática mais do que medieval, pré-Cristã, arcaica e lesiva à dignidade humana. Lembrança dos tempos em que a força bruta, a tentativa de destruir o outro e o desejo de demonstrar superioridade animal, eram utilizados pelos primitivos. Dois seres humanos, imagens e semelhanças de Deus, digladiando-se através da pura agressividade, disfarçada com o uso de luvas que contrastam com a barbárie que utilizam. Por mais que tenha sido adaptada, tornando-se “esporte” olímpico, ainda é a demonstração do atraso humano no que diz respeito à fraternidade entre as pessoas. Paradoxalmente, mas acertadamente, se proíbem brigas de galos, e inacreditavelmente permitem-se de humanos. Existe o “esporte” porque há os admiradores, que se comprazem em projetar sua agressividade e desejo insano de agredir outrem, reduzindo o ser humano a lobo do outro. Lamentável “espetáculo” ao olhar humano, ainda tão carente de afetividade e amor.

sábado, 25 de junho de 2011

Uma verdade, duas palavras

Sei sobre as pessoas. Elas sabem sobre elas mesmas? Mostram-se, em sua maioria, previsíveis. Sei até que querem ser felizes. Muitas choram, outras brincam de viver. Quantas lágrimas não foram derramadas, em face da alegria, pelas conquistas alcançadas? Muitas descidas. Algumas vezes para levantar os caídos. Só os nobres se ajoelham na humildade ao lidar com os que não têm condições de ficar de pé. Algumas levantam, firmemente, bandeiras, glorificando os que trabalham, lutando por um mundo melhor. Outros fragilizam, quebram-se em labirintos tortuosos. Homens e Mulheres, valorosos espíritos, deixam ricas lições para aqueles que ficam, tudo em nome do progresso, do desejo de viver e de evoluir. O Espírito é senhor do que constrói; ele é o meio e o fim de todas as coisas. Espíritos são pessoas. São mais do que pensam que são, mas são menos do que qualquer tentativa de superioridade sobre o outro. Duas palavras não devem ser esquecidas pelas pessoas, pelos espíritos, por todos: ame sempre.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Quero

Enriquecer o solo da mente para torná-lo fértil de ideias. Amaciar a fala para que o coração a escute. Escutar o coração para sentir Deus. Andar sem pressa para sentir-me leve. Soltar as amarras do Espírito para sentir-me proprietário do Universo. Adotar a leveza de espírito para compreender e perdoar meu semelhante. Conectar-me às Forças Criativas da Natureza para sentir-me pertencente. Vincular-me pelas teias do amor para sorrir com a Vida. Sentir-me livre e sem medos para que meus olhos brilhem. Silenciar para escutar a alma do outro. Fazer o que penso e o que sinto para praticar a coerência. Administrar bens para prosperar. Ter para aprender a usar e não ter para aprender a dispensar. Ser inocente para me sentir criança. Conhecer meus limites para não invadir. Respeitar para admirar. Descer para sentir meu peso. Subir para alcançar o que iluminou-se. Amar para degustar a vida.

sábado, 18 de junho de 2011

Sem Fronteiras


Pensar o Espiritismo como uma doutrina sem os limites da cultura brasileira é uma meta ousada. Pensá-lo além dos muros do Cristianismo, ampliando-o ao entendimento de outras religiões, é quase impossível. Não se trata simplesmente de falar fora do Brasil, de traduzir livros ou de utilizar tradutores em palestras, pois permanecerão os traços culturais de alma brasileira. Para ampliar as fronteiras de assimilação dos princípios espíritas será necessário eliminarmos o etnocentrismo, uma característica do ser humano encarnado. É ele o responsável por um modo típico, coletivo e salvacionista de entender e divulgar os conceitos de: Deus, imortalidade do espírito, evolução, mediunidade, reencarnação, etc.. Só uma mente sem fronteiras, livre e flexível pode expor conceitos que atinjam a alma humana em qualquer cultura e dimensão do ser. Tarefa difícil, mas possível na medida em que nos coloquemos como espíritos, acima de espíritas.

sábado, 11 de junho de 2011

Arrogância Espiritual

Aquele que já sabe, está em risco. Risco de se tornar arrogante de sua merecida condição. Caminha entre situações fronteiriças, em que, a qualquer momento, pode resvalar para o fundamentalismo interior. Nesse ponto, tenderá a rejeitar outras ideias, dificultar a criatividade, além de desconectar-se das Forças Superiores da Natureza. Acredita-se salvo, resolvido e longe do alcance do mal (do próprio mal). Transita entre honrarias, aplausos e seguidores fervorosos, como se fosse mensageiro do Altíssimo, numa via igualmente messiânica. Prega o bem, o amor e a norma coletiva a ser seguida por todos, esquecido de que, nem sempre, o que é melhor para o coletivo serve ao indivíduo. Por atender a alguns requisitos de sua doutrina, sente-se confortável em suas práticas, percebendo-se cumpridor fiel, no entanto, julga-se pela ignorância de seus adeptos. É pobre porque, inconscientemente, deixou a condição humana, endeusando-se. Como ninguém escapa dela, ele sucumbe a si mesmo, à sua espiritualidade pequena.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Verdade, Brincando

De vez em quando, percebo que a Vida (Natureza, Deus, Universo etc.) brinca conosco; o que é confundido como teste. Parece que quer testar se, de fato, já aprendemos. Não. Não há testes. É tudo verdade, brincando. É um jeito diferente de lidar com o humano. Nesse sentido, ela, a Vida, se iguala ao humano. Quando percebo que ela está brincando comigo, eu rio; rio como uma criança. Ela consegue me fazer sentir o que sentem as crianças: o prazer de viver. Ela brinca comigo quando me apresenta uma experiência que me faz sentir, numa fração de segundos, credor, consciente do que devo fazer, certo de que agirei em favor de mim mesmo, do próximo e de todos. Essa experiência, geralmente, acontece num momento tenso com alguém que, intencionalmente, objetiva me atingir de forma negativa. Entro na experiência sorrindo por dentro, tranquilamente exalando o perfume do amor. Como é bom poder dizer, a si mesmo: isso já aprendi. como é bom se libertar do impulso, consciente ou inconsciente, de reagir. Vejo, nesses momentos, a inocência da criança.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Homofobia

Quando percebermos que o ser humano é um Espírito imortal, que utiliza um perispírito que ora acopla-se a um corpo, ora não, entenderemos melhor a questão da homossexualidade. O preconceito existente é fruto de uma má percepção sobre o direito do Espírito manifestar-se como lhe apraz. A realização consentida da afetividade, na relação com outro Espírito, é do foro íntimo de cada um, cabendo a todos o respeito devido. O Espírito é senhor de suas emoções e sentimentos, o que nos deve levar a entender que sua manifestação afetiva faz parte de sua identidade. O veículo que lhe serve de manifestação na dimensão física não apresenta suficientes implementos para representar a natureza de seus desejos, emoções e sentimentos, todos pertencentes à intimidade de sua mente. Um dia, livre de um corpo dual, poderá manifestar sua intimidade de diferentes maneiras e formatos. A relação homoafetiva, dita homossexual, sexualizada, ou não, é mais uma das diferentes manifestações do Espírito, na sua ânsia de realização pessoal e de aprender a amar em plenitude.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Muitos Lados


São muitos os caminhos que podem ser percorridos pelo ser humano. Quando o foco é a autorrealização, tendo por base a consciência de que se é um espírito imortal, as escolhas são mais simples. O Espírito é inclinado a opções em que tudo conspira a seu favor. Quando polariza numa conduta, quando cristaliza um sistema e quando não enxerga seus naturais potenciais de realização, limita seus horizontes e reduz sua vida ao que lhe exige a coletividade. A propriedade de si mesmo deve fazer parte de sua designação pessoal como objetivo precípuo a que alcance a felicidade. Suas escolhas são forjadas pelas ideias que abrigue na consciência e pela maneira como lide com a realidade que concebe. É salutar que enxergue muitos lados, muitas opções, pois, reduzi-las a duas, opostas, é estabelecer limites pequenos à grandeza da vida. Toda escolha deve atender ao princípio do amor, da paz e da certeza de que Deus nos deu um grande presente: a imortalidade.