domingo, 26 de junho de 2011

Boxe, luta livre, vale tudo e assemelhados

Prática mais do que medieval, pré-Cristã, arcaica e lesiva à dignidade humana. Lembrança dos tempos em que a força bruta, a tentativa de destruir o outro e o desejo de demonstrar superioridade animal, eram utilizados pelos primitivos. Dois seres humanos, imagens e semelhanças de Deus, digladiando-se através da pura agressividade, disfarçada com o uso de luvas que contrastam com a barbárie que utilizam. Por mais que tenha sido adaptada, tornando-se “esporte” olímpico, ainda é a demonstração do atraso humano no que diz respeito à fraternidade entre as pessoas. Paradoxalmente, mas acertadamente, se proíbem brigas de galos, e inacreditavelmente permitem-se de humanos. Existe o “esporte” porque há os admiradores, que se comprazem em projetar sua agressividade e desejo insano de agredir outrem, reduzindo o ser humano a lobo do outro. Lamentável “espetáculo” ao olhar humano, ainda tão carente de afetividade e amor.

3 comentários:

  1. Educamos os nossos filhos para serem doutores e engenheiros, e esse anseio de posição, de prestígio, de poder, de ser reconhecido pela sociedade, leva-nos todos para uma competição que por vezes toma contornos muito agressivos.

    Aspiramos a ocupar uma posição respeitável na sociedade, porque não queremos ser ninguém. Quem ocupa posição respeitável é tratado com toda a cortesia, enquanto os outros são tratados a pontapés.

    Pouca coisa fazemos que não esteja ligado à competição, à agressividade e à violência, muitas vezes damos-lhe uma justificação social, a chamada violência "boa".

    Apesar de usar terno, o homem de hoje é tão violento no seu requinte e na sua essência como o Medieval e o de Roma. Se quizermos analisar a violência, legalizada ou não, temos de ir às suas causas. Lei causa-efeito.

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  2. É verdade. Um outro dia este pensamento me passou pela cabeça e tive uma opinião similar. Realmente esse tipo de esporte demonstra que o ser humano ainda tem a necessidade de ferir ao outro em favor do seu orgulho e isso é, de certa maneira, lamentável. Um outro olhar para esta situação, no entanto, me atentou para a caminhada evolutiva do ser humano e do espirito por si proprio, que se faz de passo a passo e pelo que demonstram os livros de história, se dá de maneira um tanto quanto lenta, visto a enorme massa de espiritos que encarnam na terra. Por fim, acho que de certa forma os esportes de confronto fisico (lutas) ajudam a tirar os "valentões" das ruas, alertando a eles sobre o potencial destrutivo que têm e buscando a conscientização para a pratica apenas como defesa. Bem, esta é uma maneira de ver o assunto, mas com certeza esse tipo de pratica ainda demonsta que a humanidade ainda tem muito o que evoluir.

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  3. Concordo plenamente com a sua postagem e queria fazer um comentário. É que eu estive por três meses em uma academia que oferecia boxe, claro que dentro de uma dimensão bastante amadora e devo confessar que gostei muito, corríamos, pulávamos cordas, fazíamos exercícios localizados e depois é que colocamos as luvas e treinávamos os golpes sozinhos, ou com os sacos ou com algum parceiro que na maioria eram mulheres. Acredite era muito engraçado e eu gostei porque estava saindo de uma vida sedentária, trabalhei de um forma diferente o meu corpo e me senti mas capaz de proteger ainda que definitivamente agredir o outro fisicamente seja um ato distante de mim.
    O boxe mexeu com energias de força em mim que eu não conhecia, talvez tenha sido com a minha agressividade, com a minha raiva que é diferente de violência, sinto que elas foram meio que sublimadas talvez pelo caráter amador, gostei de tomar conhecimento desta minha faceta e vou buscar analisá-la melhor, afinal não dá pra modificar nada se agente não trás pra consciência né?
    Bem, mas no geral a minha experiência foi positiva me senti mais forte, não com relação aos outros, mas a mim mesma, acho que também tem o fato de ser feminista e estar em um terreno marcadamente masculino, me senti vencendo uma barreira.

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