domingo, 29 de maio de 2011

Proprietário de si mesmo

Dificilmente sabemos o que a vida nos reserva. Há sempre uma ou mais dúvidas a respeito do que o destino nos reserva. Ao longo da vida vão se criando limites, normas, regras, condicionantes que interferem e estabelecem marcos demarcatórios ao Espírito, tudo por conta de sua própria ignorância, que o faz pensar que a luz que o guia é simplesmente externa. Nada está de fato definido, ou é definitivo, muito menos o momento seguinte ao agora. Sem que ao menos conheça suas origens, sem que entenda o que é e o que lhe corresponde fazer, nunca saberá, com a certeza necessária, seu futuro. Ele certamente é e sempre será o autor do que lhe acontece. Nada está escrito que possa ser absoluto, a não ser a sua própria certeza de que a vida lhe pertence. Não há um maktub. Nada está escrito. O futuro é novo e poderá acontecer qualquer coisa, sem que nada esteja absolutamente decidido. Deus outorgou ao Espírito o poder de realizar e realizar-se, autoconhecendo-se para se autodeterminar.

sábado, 21 de maio de 2011

Presença

Sinto uma companhia ao meu lado, que me ilumina, acolhe, ensina e previne. Uma doce presença que me faz forte, que me torna seguro e me tranquiliza a alma. Uma vez a vi em sonho. Parecia um anjo, de face jovem e meiga. Dizia-me ser minha companheira de outrora, em cuja encarnação vivemos a realização de uma proposta de ensino espiritual. Demonstrava inteligência, bondade, maturidade e amorosidade. Disse-me poucas palavras, mas me transmitiu muita energia e ânimo. Acordei com a sensação de completude, de ter estado na companhia do ser mais puro que já conheci. Um dia, pensei tê-la visto na face de uma jovem. Inclinei-me para melhor observar e, quase que transfigurada, recebi seu sorriso encantador. De fato, era ela, permitindo-me vê-la estampada em cada pessoa à minha volta. Sua energia me impulsiona e me transporta ao além do além de mim mesmo, fazendo-me maior, melhor e mais próximo do outro. Às vezes, há muito tempo, pensei que deveria materializar-se para que, juntos, na atual encarnação, encetássemos projetos semelhantes ao do passado. Mas, à medida que amadurecia, entendia que tudo deve se recriar, ser diferente, para que novos sentimentos surjam. Sinto-a diferente de mim, mas conectada ao meu coração pelos fios invisíveis do amor que nunca acaba.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Senso Crítico

A razão nem sempre é o melhor meio de julgar uma questão. Muito embora seja o meio mais comum, muitas vezes, torna-se enrijecida, portanto, cega para entender algo que lhe escape a competência. Quando se pretende desenvolver a criatividade, a amorosidade e a transcendência, sua incompetência se manifesta. Todas as vezes que se cristaliza uma forma de enxergar-se a realidade, o senso crítico sobre si mesmo desaparece. Não basta conhecer ou discernir sobre as coisas, nem tampouco alçar o próprio intelecto, recôndito nos escaninhos do Inconsciente, para desenvolver-se espiritualmente. É preciso conscientizar-se da importância de perceber sua própria incapacidade de alcançar a verdade. É fundamental que se tenha senso crítico sobre si mesmo, sobre o próprio modo de ver as coisas e de julgar-se. O Espírito é a razão e o fim de tudo que existe, mas, acima de si, estará sempre a Consciência Divina, que lhe oferece o amor como máximo implemento a ser conquistado.

domingo, 8 de maio de 2011

Mediunidade

Depois que Allan Kardec publicou O Livro dos Médiuns, o exercício da mediunidade ganhou um primeiro Manual de Uso. À disposição de qualquer um, o livro contém informações preciosas sobre a faculdade e os fenômenos que por seu intermédio são produzidos. Sempre com a anuência de algum espírito desencarnado, a faculdade possibilita a ligação de mentes em diferentes dimensões, atestando as múltiplas possibilidades de vivência do ser espiritual. Seu uso se assemelha à ampliação das comunicações que hoje temos com recursos tecnológicos, varando incomensuráveis distâncias, comparadas à comunicação por sinais de fumaça. Disseminar, experimentar e utilizar, a partir do estudo constante, é algo que precisamos fazer. Tal uso não deve se restringir ao domínio institucional, mas à ampla gama de possibilidades nas experiências cotidianas de todo ser humano.