sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Fé, razão e sentimento


A fé é uma ideia ambivalente. Pode aprisionar, como libertar. Apresentá-la raciocinada proporcionou viabilizá-la num mundo moderno. Sem esse formato, ela tenderia a sucumbir, ante as exigências da inteligência, que cada vez mais se amplia. Prefiro sentir ao crer. Não se trata de um sentir como quem sente alegria, medo ou raiva; nem tampouco se trata de um sentimento como quem tem saudade, ciúme ou mesmo amor; o sentir a que me refiro se assemelha a uma vibração ou a uma sensação íntima e profunda como a da certeza da própria existência. Assim ocorre como sinto Deus. Não creio, não tenho fé nem me vejo como Sua imagem e semelhança, mas O sinto do mesmo modo como tenho consciência de mim mesmo. Sinto-O sem precisar que me provem, nem que atravesse qualquer tragédia para conscientizar-me de Seu poder. Sinto-O como quem se encontra na posse de sua mais íntima essência. Sou Sua criação, com a prerrogativa de poder amar a mim mesmo e ao meu semelhante sem exigências de amá-LO da mesma forma.

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