Carnaval

Cores, risos, música no ar, ruas dançam conduzidas por invisível maestro. O êxtase se confunde com o desejo de liberdade. Em uníssono todos gritam: Deus, ó Deus! Estava a Sua procura. Veja-me como sou.

Escondido, almejando ser feliz, encontra-se aquele que realiza seu simples intento de brincar, de liberar toxinas e de viver seu direito de não temer seus limites. Longe, os que admiram, projetam-se na festa multicolorida sem comparecer à agradável sensação de prazer.

Do outro lado, na dimensão do Espírito, muitos aproveitam para viver idênticas emoções; alguns distanciados da alegria gostosa de brincar e de dançar saudavelmente; outros, aproveitam para proporcionar o retorno dos que têm dificuldade em renascer.

A festa, por mais profana que possa parecer, mesmo que considerada pertencente à carne, ainda que palco de exagerada sensualidade, onde acontecem violência e vícios diversos, representa uma das faces não visíveis de Deus, cuja multiplicidade se manifesta em tudo.

Os que criticam e apenas enxergam os excessos e obsessões talvez mereçam momentos de prazerosa alegria, porém não sabem como vivenciá-la. De minha parte, cuja alegria é um estado permanente da alma, aproveito os dias para escrever, descansar, meditar, compartilhar com pessoas amadas a grande festa de Deus: viver plenamente em qualquer lugar.