quinta-feira, 14 de junho de 2012

Vou Adiante


Tudo que leio, que ouço e que vejo servem-me de parâmetro para ir mais adiante. Tenho que ir mais adiante. Quedar-me diante do momento, do visto, do lido, do ouvido e do sentido é negar a intuição que vem de mim mesmo e do mistério da Vida. Tudo que aprendo das religiões serve-me de base para ir mais adiante. O que o outro viu e me mostrou, certamente verei mais além. Nenhum conhecimento é absoluto, venha de onde vier. Tudo que está escrito vem do humano, portanto deve-se ir mais além. Todo saber, inclusive o que aqui é exposto, é provisório. Tudo que afirmo a respeito do que o outro diz é também enviesado. A impermanência é a lei; a incompletude é o estado absoluto do humano; a imponderabilidade é a regra; a intocabilidade é perene; sou o que idealizo. Calar-se é oprimir-se. Ter voz é ir em busca de si mesmo. Nada deve obstaculizar o caminhar nem deter o ego em sua saga de encontrar a autodeterminação. Cada saber é um degrau para o encontro consigo mesmo. Adiante de você existe um eu a ser vivido. Viva apaixonadamente.

2 comentários:

  1. Adenauer, permita-me que transcreva o seguinte trecho, porque o considero de uma enorme profundidade:
    "A impermanência é a lei; a incompletude é o estado absoluto do humano; a imponderabilidade é a regra; a intocabilidade é perene;"

    Todo o conhecimento é acumulo do passado, de ontem, do século ou milénio passado.

    Como sair deste ciclo e perceber o novo, o nunca visto, sem nome e portanto irreconhecível?

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  2. Se a incompletude é o estado absoluto do humano,o ego que é estruturado com o conhecimento, para além de ser passado é também muito incompleto.

    Se a impermanência é a lei da vida, logo renova-se a todo o instante, com "algo" completamente novo. É o eterno presente.

    Como é que analisamos e percecionamos o eterno presente com um ego incompleto que é eternamente o passado?

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